sábado, 2 de junho de 2012

Diversos rostos da infância.






Pedagogia


Fundamentos Filosóficos da Educação


Trabalho elaborado por: Nilza, Regiane, Camila, Fernanda e Mari do curso de Pedagogia do ano de 2011 na faculdade Anhanguera - Rio Claro - SP.
Este trabalho não poderá ser clonado!




Diversos Rostos da Infância





    
Resumo

 Baseados no olhar filosófico, este artigo trás maneiras de compreendermos a importância das diversas maneiras de educar uma criança e sua face diante da sociedade quando o seu habitat freqüente é somente a sua própria casa, como também quando a criança já freqüenta outros ambientes e como isso influência em sua formação de caráter e como a sociedade enxerga esse desenvolvimento. Vemos também as diferenças de uma criança tratada como tal e educada encima de regras e estímulos; quando a criança apresenta uma atitude emancipada sem um olhar educativo com uma formação precoce da vida adulta; a criação da criança diante de uma vida cheia de dificuldades e imposições sem opções e também a conseqüência que um trauma infantil pode levar para a vida adulta.  Esse artigo foi baseado nas informações extraídas nos filmes, Pequena Miss Sunshine e Lolita e na bibliografia Escravos na roça, anjos na escola junto com o estudo do PLT Filosofia da Educação.


Palavras-Chave: Relações familiares; Valores sociais; Educação.


1. Introdução


 De acordo com o filme “Pequena Miss Sunshine”, “Lolita” e a bibliografia “Escravos, na roça, anjos na escola”, vemos o quanto a família é influenciável na formação de uma criança. Por nascer sem conhecimentos a criança depende dos adultos para ensiná-las a desenvolver o seu autoconhecimento, baseado principalmente nos exemplos dados por atos e atitudes, pois a criança aprende mais vendo, enxergando e prestando atenção do que com palavras. Vemos também o quanto temos o poder de mudarmos o foco dos princípios de uma criança através de imposições de regras ou a falta do mesmo.
 Deis de muitos anos a criança sofre atritos quando se fala em educação, pois, diversas famílias tiram de seus filhos a chance de buscar conhecimentos fora de seus lares, ou seja, devido às dificuldades vividas em seu cotidiano ou simplesmente pela falto de informação concreta os pais preferem que as crianças fiquem em casa do que freqüentarem as escolas.
 O auto desenvolvimento da criança é construído através de crises entre o conhecimento imposto na sua infância com sua própria concepção daquilo que ela tira de proveito para seus valores construídos mostrando assim que a construção do individuo basea-se principalmente na educação que ele adquire durante seu período de heteronomia.



2. Desenvolvimento

 Do ponto de vista de diversos lugares vemos o quanto o que nós adultos fazemos, falamos ou deixamos, interfere radicalmente na formação de uma criança.
No filme “Pequena Miss Sunshine” conta-se a historia é de uma garota que tem como sonho  vencer um concurso de beleza. A pequena Olive tem um pai que tem como sonho publicar um livro de auto-ajuda, o avô é viciado, um tio gay e suicida vem morar em sua casa, o irmão que é revoltado e uma mãe que tenta estruturar essa família de varias formas, mas que independente de suas diferenças o desejo da pequena Olive é respeitado e estimulado por todos para que se realize. Neste trecho comprovamos que nem todas as pessoas são iguais, e a família tem diferentes problemas, mas que independente disto o amor prevalece, mesmo que seja de uma forma incompreendida por outras pessoas.
 Também no filme “Pequena Miss Sunshine” entendemos que a pequena Olive deixa bem claro que ela quer ser uma vencedora não porque ela entende a importância de ser uma vencedora, mas sim porque ela tem medo que seu pai deixe de amá-la, pois em todo momento ele diz odiar perdedores. Isto esta baseado no desenvolvimento moral da criança, (heteronomia); onde a criança age de acordo com aquilo que ela aprende através de um adulto que futuramente venha influenciar a mesma no seu autoconhecimento (autonomia).  É uma situação delicada, pois vai depender daquilo que a criança toma para si própria como auto, que ela vai construir seus princípios morais, onde ela pode desenvolver uma dependência neste mesmo sentido para realizar outras funções, ou agir somente para agradar aos outros e não a si própria.
 Ainda no filme (Pequena Miss Sunshine), podemos comprovar que as atitudes de sujeitos ao redor da criança sem nenhuma colocação do certo e errado as instruem a agir do mesmo modo sem se preocupar ou se questionar do justamente pelo fato da criança conviver com o mesmo diariamente e entender por si própria que, “se ele faz, eu também posso fazer que não vai ter problema”. Vemos isso quando Olive se apresenta no concurso. Ela usa uma musica completamente voltada ao prazer sexual, agindo sem nenhuma culpa, pois ela aprendeu com alguém seguro pra ela (o avô), que era legal, normal. Onde o mesmo (avô) em nenhum momento se preocupou com a visão das pessoas sobre a criança ao se apresentar em público com algo tão pesado para a idade dela, e até mesmo pelo que viria influenciá-la através do entender próprio das palavras, gestos, ações transmitidas pela música, onde o resultado foi à descriminação eminente sobre a criança, sem que ela ao menos soubesse como se defender, pois, não conhecia o motivo por falta de informação.
 Segundo Aristóteles a formação de hábitos virtuosos vem do esforço de cumprir deveres morais todos os dias. A criança antes de freqüentar lugares secundários a sua casa, ela usa a família como espelho de educação, a criança aprende o que a família ensina, e nesse período é importante que a família imponha sim regras a criança, boas regras, pois é deis do berço que a criança começa a formação de caráter. Já na escola a educação da criança é aberta a diversas direções de conhecimentos onde ela tem a oportunidade de desenvolver sozinhos seus conceitos respeitando os alheios e também onde ela conhece outras pessoas e automaticamente se identifica ou não reforçando seu eu.   Por isso é importante que onde houver crianças que seja proposto somente formas de boa educação para que no futuro a mesma não venha sofrer nenhum tipo de preconceito ou própria rejeição de seu nível de conhecimento.
  No filme “Lolita”, Dolores, uma garota de doze anos vive com a mãe solteira, Dolores passa suas horas vagas lendo revistas destinadas a adultos e a conseqüência deste ato então considerado normal pela mãe que é sua única ligação até o momento, é a paixão de Dolores por um homem bem mais velho, Humbert, que por sua vez traz consigo um trauma de infância, assim descrito por ele, aonde seu primeiro amor veio a falecer ainda menina e o mesmo não conseguiu se relacionar até conhecer a pequena Dolores, onde mais tarde Humbert se casou com a mãe de Dolores somente com a intenção de ficar perto da menina, passando a imagem de um pervertido, e quando a mãe descobre sofre um acidente e morre. Humbert sem nenhum ressentimento constrói uma relação amorosa com Dolores já que eles já haviam se relacionado anteriormente. A educação informal é realizada na família direcionada a comunicação de massa onde o sujeito aprende com aquilo que vê e ouve enfatizando assim o trecho citado acima, onde além do trauma vivido pela infância de Humbert, Dolores mostra o interesse por materiais de conteúdo adulto (revista), que ajudam a desenvolver um desejo precoce de se relacionar com pessoas mais velhas fazendo com que a mesma aja de acordo com o que aprendeu na revista, transmitindo assim uma imagem vulgar de sua pessoa, destruindo a sua infância, pois ela passa de enteada à esposa do escritor Humbert, que age naturalmente, porem se escondendo da sociedade, pois, sabia que o que estava acontecendo não era correto pois apesar da menina comportar se como adulta, ela ainda era uma criança. Devido a este acontecimento Dolores pula certos períodos de sua vida e constrói um campo cheio de conseqüências que influenciaram na construção de sua própria família futuramente. Ainda no filme “Lolita” vemos ainda mais a importância da família na construção de um sujeito, pois, pelo fato de não adquirir nenhum conhecimento com a mãe voltado para bons valores, podemos constatar que tanto a menina em casa como no colégio interno a mãe se ausentava da criança, pois, ela vivia de acordo com o que ela achava certo.
 Na bibliografia “Escravos na roça, anjos na escola”, vemos a falta que a escola faz na vida de crianças que eram filhos de antigos colonos da cafeicultura, onde pelo fato dos próprios pais serem analfabetos, as crianças eram estimuladas ao trabalho e não aos estudos, trazendo assim uma imagem escravizada, pois não tinham opções. As crianças não recebiam pelos seus trabalhos, pois eram considerados pequenos, mas, também não eram considerados pequenos o suficiente para freqüentar somente as escolas, então a criança quando queria estudar tinha que dar conta dos serviços de casa também, fazendo com que ficasse mais difícil.
 Porque eu estudava, tinha que estudar, e trabalhava muito. [...] Chegava do colégio tinha que trabalhar. Porque quando eu chegava, minha mãe já estava saindo também, pra roça. Aí ficou... eu tinha que fazer as coisas de casa, fazer dever de casa... O estudo, tudo naquela época, no ginásio, não era igual hoje, era bem rígido, né? Os professores, se você não levasse as coisas... Hoje, as crianças não levam e tudo bem. Naquela época não [...]. Aí então eu fui cansando muito, aí parei. 
                                                                                                                        
FÁTIMA, 40 anos.
 No trecho acima vemos a declaração de uma mulher que desistiu da escola pelo fato de não conseguir assimilar o trabalho aos estudos, dando mais êxito as dificuldades vividas naquela época e a falta do conhecimento da importância da educação.
 Ainda hoje temos diversos casos de crianças que não freqüentam a escola devido à rotina de trabalho que é proposta pelos seus próprios pais ou pela necessidade de sobrevivência que induz as crianças a faróis para pedir esmolas, lixões e outros lugares para conseguirem algo para se alimentar, se vestir e até mesmo vender para conseguir algum dinheiro. As crianças sujeitas a este tipo de cotidiano tem tendências maiores de construírem um auto desenvolvimento precário e com isso vir a se envolver com a criminalidade já que sem educação o ser humano tem menos chances de conseguir um bom emprego e a vida do crime é mais “fácil” ou transferir a mesma experiência de convivência para seus descendentes que por sua vez também tende a acompanhar o modelo dos pais.





3. Conclusão

Os diversos rostos da infância enfatizam as diversas formas de convivência, olhar social, e construções de valores que se encaixam na educação formalizada pela família e pela escola, que podem fazer diferença na vida de qualquer criança. Diante de todas as dificuldades encontradas na formação de sujeitos, como educadores devemos estar atentos a todos os comportamentos e interferir quando necessário, pois a maioria das crianças encontra na escola sua única chance, devido ao fato de não ter bons exemplos em casa ou de ter uma necessidade maior de compreender determinadas regras impostas para a formação de um individuo com bons princípios morais.


Referências Bibliográficas
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1. LINHARES, Elizabeth Ferreira. Escravos na roça, anjos na escola. Tempo Soc., v. 20, n. 1, p. 95-117, 2008. ISSN 0103-2070.
2. PLT de Filosofia da educação, Maria Lucia Arruda Aranha

Filmes:
1. Lolita: Direção de Adrien Lyne. Duração: 138’. Com Jeremy Irons, Melanie Griffi th, Frank Langella, Dominique Swain. Guild / Pathé. 1997.

2. Pequena Miss Sunshine: Direção de Jonathan Dayton, Valerie Faris. Duração: 101’. Com Abigail Breslin, Greg Kinnear, Paul Dano, Alan Arkin, Toni Collette. Fox Searchlight Pictures. 2006.

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